quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Livro 1 - Hilino e as Pedras do Poder - Segunda Parte

– Hilino?! Você está bem?

Era sua mãe.

– Tô sim. Eu caí aqui.
– Você se machucou, filho?
– Não, não. Está tudo bem.
– Venha, vamos embora. Acho que vai chover. O que você está procurando aí?

Hilino voltou a esticar o braço e encontrou a pedra. Pôs no bolso da bermuda.

– Nada, mãe. Só estava vendo o que tinha ali.
– Cuidado, pode ter algum bicho morando aí. Vamos, venha.

Dona Nora deu-lhe a mão, ajudando-o a sair do buraco. Quando saiu, Hilino tomou um susto ao perceber que parecia noite. O mar estava revolto, com enormes ondas avançando em direção às pedras. Nuvens carregadas pavoneavam sobre suas cabeças, anunciando uma tempestade.

– Vamos logo que vai chover. Corra!

Os dois foram até o carro lutando contra a ventania que violentamente levantava a areia, onde pingos grossos começavam a cair. Da porta do carro, Hilino percebeu vários raios caindo sobre o mar. Uma visão aterrorizante. Um dos raios caiu próximo à casa do penhasco. No lampejo o garoto percebeu que havia alguém na ponta da pedra os observando. Parecia uma mulher, num vestido longo esvoaçante.

– Entre no carro, Hilino. Vamos!
– Mãe, tem alguém ali.

O garoto apontou para o penhasco. A mulher havia sumido.

– Onde? Não estou vendo nada.

A chuva agora caía abudantemente.

– Vamos, Hilino. Entre logo.

O garoto entrou no carro ensopado e assustado.

– Deve ser uma tempestade de verão, disse Nora.
– Mãe...
– Que foi?
– Estamos no inverno...

Dona Nora franziu as sobrancelhas e ligou o carro. Olhou para Hilino:
- Vamos para a casa de sua tia. Lá tomaremos um banho quente.

Um comentário:

Ggel disse...

Tô ficando com medo, que mulher é essa? Socorro...não coloque fantasmas nessa estória, senão eu perco a coragem de ler e não durmo à noite...rs.